Apple vs Liberdade! Iniciada a guerra dos navegadores de bolso!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010 às 17:24





O Iphone revolucionou o setor de telefonia móvel, trazendo elementos da computação para a palma de nossas mãos, uma jogada nunca antes vista no setor, que mantinha a personalização dos smarthphones com a instalação de novos softwares bem longe das mãos dos seus clientes e quando não, dificultava e muito esse serviço para os  mais leigos.


A possibilidade de fazer em seu celular o que você faz em um computador, como instalar e usar seus próprios programas (chamados de aplicativos nos mobiles) a preços baixos e com facil acessibilidade, garantiu o sucesso quase que imediato ao Iphone mas também trouxe muitas discussões e uma coisa que eu chamo de "atentado a liberdade". Deixa eu explicar. A Apple tem uma forma bastante peculiar de disponibilizar os aplicativos em sua loja virtual, os desenvolvedores ao criarem um aplicativo, enviam este para a Apple e só depois de uma minuciosa verificação eles aprovam ou não a venda do aplicativo em sua loja. Como a instalação de um aplicativo legal só pode ser feito via Itunes (programa da Apple que sincroniza e instala os aplicativos no Iphone), isso implica em dizer que qualquer aplicativo não autorizado pela Apple, também não será vendido legalmente em sua loja virtual e conseqüentemente não poderá ser sincronizado normalmente pelo Itunes, o que garante a parcialidade da Apple sobre qualquer aplicativo que venha a competir diretamente com seus produtos ou seus próprios aplicativos no mercado formal.


Diga-se de passagem que nenhuma empresa pode disponibilizar a nuvem, aplicativos não aprovados pela Apple com qualquer Hack ou desbloqueio que permita sua instalação no Iphone sem o consentimento legal da Apple, sem que seja alvo de um pesado processo.


Não entendeu? Aqui vai um exemplo. A poucos meses, um aplicativo criado pelo Google chamado Google Voice foi rejeitado pela Apple quando submetido a aprovação, motivo? nenhum!  há suspeitas que os aplicativos do Google Voice foram barrados ao menos em parte por influência da operadora AT&T, já que o Google Voice permite o envio gratuito de SMS e a realização de chamadas internacionais a um preço muito baixo -- além de tornar os números de telefone ainda mais insignificantes --, assustando a AT&T da mesma forma que um aplicativo de VoIP (tipo o Skype) funcionando sobre 3G.
Na época, essa rejeição criou uma grande onda de fúria entre os usuários pois mostrou a ditadura dos aplicativos criada pela então criadora do Iphone, uma censura comparável a dos ditadores chineses que mandam em o que sua população vai ver, ouvir ou usar sob o seu bel prazer, deixando de fora qualquer coisa que possa por ventura lhes prejudicarem ou a seus parceiros.


Hoje a guerra deve voltar a tona e dominar os fóruns de discussões mas dessa vez protagonizada pela norueguesa Opera Software. Ela anunciou nessa quarta (10/01) que vai lançar seu browser para Iphone na próxima semana.
A Opera divulgou que seu navegador será será 6 vezes mais rápido que o nativo da Apple e reduzirá o tráfego de dados em até 90%.


Alguns analistas e eu também, acreditamos que a Apple deverá impedir o acesso fácil do navegado ao Iphone, uma vez que o acesso a internet é um dos pontos chaves do aparelho e é aí que essa ação provocativa da Opera dará frutos, pois se a Apple decidir não permitir a entrada do Opera mini em sua App Store, deixará claro sua controversa posição de retirar das mãos de seus clientes o poder de decisão sobre o que queremos ou não usar. Será um explicito ataque a liberdade de opinião e um problema as relações públicas da Apple.


A Opera disse não ver motivo para que seu browser, o mais usado do mundo em celulares, seja rejeitado. "Ainda não fizemos o pedido à Apple App Store. Contudo, esperamos que a Apple não negue aos usuários a opção de escolher seu navegador", disse Jon von Tetzchner, co-fundador da Opera.
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