Se você está procurando um texto que meta o pau na polícia, você está lendo o texto errado, meu papo aqui é outro. Diversos filmes, desenhos e animações em que há aquele velho conflito entre a polícia e o bandido, a história na maioria das vezes exalta a bondade do mocinho. Pra estar do lado do bem e proteger "o povo", o mocinho não deve causar dor além do necessário, não deve ferir ninguém além do seu inimigo, a justiça deve ser feita sempre pelas autoridades responsáveis, o bandido deve receber sempre um julgamento justo e o mais importante, não deve matar pra não se comparar aos próprios bandidos... Um código nobre pra diseminar a paz mas nem um pouco prático no combate ao crime, é por isso que eu sou defensor do anti-herói.
Responda rápido, você tem mais medo da polícia ou do bandido? Do bandido claro, por que deveria ser o contrário? a final a polícia foi criada, assim como os heróis, para nos proteger daqueles que não seguem as leis que regem a sociedade afim de que todos levem uma vida justa e em harmonia. Pronto, o cenário está criado para um verdadeiro desastre.
Um protetor nunca conseguirá proteger de forma eficaz seu protegido se for julgado cada vez que tenta atacar. É muito fácil se fechar em uma bolha protetora e deixar o perigo de fora, mas se o perigo continua lá fora, ele estará sempre tentando entrar e será eternamente um risco. O resultado disso tudo é uma eterna batalha entre o bem e o mal onde, no mundo real, quem tende a vencer é quem ataca.
O anti-herói é o que também pode ser chamado de lobo em pele de cordeiro, aquele que dissemina o bem através de ações nem um pouco ortodoxas. A morte, a dor e o desespero não deve ser um luxo da sociedade de bem, deveria ser apenas dos oprimidos e o anti-herói aparece para oprimir aqueles que vão contra as leis se valendo de todas as cartas que a manga tem a oferecer.
A resposta para a máxima social de "temer o crime" é exatamente o medo psicológico, ou seja, o temor do cruel poder que os banditos se valem em cima dos nossos medos, como a morte, a dor e a perda. Para um criminoso, você tem tudo a perder, eles? bem.. eles podem ser eventualmente pegos e condenados a viver em reclusão, o que pode não acontecer se eles forem bem apadrinhados financeiramente ou ter um bom plano de fuga, quer dizer, a vida pra eles continua, enquanto pra você...
Então por que não trazer o medo para aqueles que praticam atos criminosos? Talvez se um policial tivesse mais liberdade pra matar, ferir ou causar dor a um bandido sem ser tão duramente julgado por um tal de "direitos humanos" (que não procura defender os humanos que realmente precisam) ou punido, o mundo não teria tantas pessoas inclinadas ao crime.
Imagine você, sabendo que se cometer um crime poderá ser ferido ou morto imediatamente pela força policial, sem perguntas, acharia que viver fora da lei valeria a pena? A maioria das pessoas que cometem pequenos delitos começam com essa pergunta e visualizando o cenário atual, a resposta quase sempre tende a ser positiva.
Numa didática mais ecologista, vamos imaginar o seguinte: A sociedade representada por um grupo de acampamento numa floresta e os criminosos sendo lobos famitos e vorazes. Se você caçar os lobos que entram no acampamento e colocá-los dentro de uma cerca dentro do acampamento, os lobos de fora continuarão entrando e os que estão dentro da cerca continuarão representando perigo ao acampamento pois eventualmente a cerca pode se romper (seja por esperteza dos lobos ou por sabotagem dos humanos) e os lobos poderão fugir. Se ao invés de colocar na cerca, você matar os lobos ou ferí-los gravemente, todos os lobos aprenderão a lição e só atacará aqueles mais ousados.
Não estou levando em cosideração as consequencias, como erros policiais, opressão social ou fazendo apologia a atitudes sanguinárias, apenas defendendo o conceito do anti-herói, aquele que quando apenas fazer justiça com base em leis não dá jeito, o jeito é partir pra ignorância usando a mesma moeda.
Pra finalizar meus argumentos, um texto que coincidentemente encontrei na net hoje, vale a pena ler:
Senhor Bandido.
Esse termo de senhor que estou usando é para evitar que macule sua imagem ao lhe chamar de bandido, marginal, delinquente ou outro atributo que possa ferir sua dignidade, conforme orientações de entidades de defesa dos Direitos Humanos.
Durante vinte e quatro anos de atividade policial, tenho acompanhado suas "conquistas" quanto à preservação de seus direitos, pois os cidadãos, e especialmente nós policiais, estamos atrelados às suas vitórias, ou seja, quanto mais direito você adquire, maior é nossa obrigação de lhe dar segurança e de lhe encaminhar para um julgamento justo, apesar de muitas vezes você não dar esse direito às suas vítimas.
Todavia, não cabe a mim contrariar a lei, pois me ensinaram que o Direito Penal é a ciência que protege o criminoso, assim como o Direito do Trabalho protege o trabalhador, e assim por diante.
Questiono que hoje em dia você tem mais atenção do que muitos cidadãos e policiais. Antigamente você se escondia quando avistava um carro da polícia; hoje, você atira, porque sabe que numa troca de tiros o policial sempre será irresponsável em revidar. Não existe bala perdida, pois a mesma sempre é encontrada na arma de um policial ou pelo menos a arma dele é a primeira a ser suspeita.
Sei que você é um pobre coitado. Quando encarcerado, reclama que não possuímos dependências dignas para você se ressocializar. Porém, quero que saiba que construímos mais penitenciárias do que escolas ou espaço social, ou seja, gastamos mais dinheiro para você voltar ao seio da sociedade de forma digna do que com a segurança pública para que a sociedade possa viver com dignidade.
Quando você mantém um refém, são tantas suas exigências que deixam qualquer grevista envergonhado.
Presença de advogados, imprensa, colete à prova de balas, parentes, até juízes e promotores você consegue que saiam de seus gabinetes para protegê-los. Mas se isso é seu direito, vamos respeitá-lo.
Enfim, espero que seus direitos de marginal não se ampliem, pois nossa obrigação também aumentará.
Precisamos nos proteger. Ter nossos direitos, não de lhe matar, mas sim de viver sem medo de ser um policial.
Dois colegas de vocês morreram, assim como dois de nossos policiais sucumbiram devido ao excesso de proteção aos seus direitos. Rogo para que o inquérito policial instaurado, o qual certamente será acompanhado por um membro do Ministério Público e outro da Ordem dos Advogados do Brasil, não seja encerrado com a conclusão de que houve execução, ou melhor, violação aos Direitos Humanos, afinal, vocês morreram em pleno exercício de seus direitos.
Autor:
Wilson Ronaldo Monteiro
Delegado da Polícia Civil do Pará
E você, o que defende? Faz barulho aew nos nossos comentários.
PAZ RAPAZIADA!